Quarta-feira, 2 de setembro de 2009.
Cerimônia do Chá
Talvez uma das cerimônias que mais represente o espírito do Zen na cultura japonesa seja a Cerimônia do Chá. Ela consiste basicamente de se preparar e tomar o chá. Porém este ritual pode exigir anos de preparação para ser dominado. Os movimentos são suaves e elaborados. Desde a forma como é preparado até a forma como o chá é levado até a boca a cerimônia segue orientações muito precisas.
Mas qual é a essência dos rituais? Qual é o porquê da repetição? Por que sempre fazer da mesma forma? Tudo que é feito repetidas vezes, se feito com atenção e consciência, leva a um aperfeiçoamento. Cada dia é diferente do outro se a mente está atenta. Na repetição não existe repetição.
Um outro propósito do ritual é dominar a mente. Quando em qualquer arte, ou qualquer atividade rotineira, como lavar pratos, tomar chá, caminhar para o trabalho, eu me coloco inteiramente presente no que estou fazendo, posso dizer que estou caminhando para um estado de não-mente, um estado de consciência pura. O ritual leva a este estado.
No yoga de Ananda Marga, a primeira das seis lições de meditação que recebemos a longo da vida, consiste de etapas, o shuddhis, que preparam a mente para uma fase final da meditação. Sem esta preparação a meditação é muito difícil.
A mente agitada, barulhenta e inquieta não suporta a repetição. Ela quer se distrair. Como uma criança, ela quer distração. Mas ao distrair a mente e ser levado por ela não iremos preencher nossas vidas, não iremos realizar o nosso Dharma. A vida assim, mesmo numa condição perfeita, é vazia e aos poucos vai trazendo inquietações e distúrbios.
Adaptação de um diálogo do filme “Poder Além da Vida” (Peaceful Warrior):
Discípulo:
- Por que devo comer devagar? Por que tantas regras de como fazer as coisas?
Mestre:
- Esta é a diferença entre eu e você. Você pratica ginástica olímpica. Eu pratico tudo!
Por isso, o Yoga, como qualquer outra arte ocorre a partir da repetição!
Então, quando aquietamos a mente não existe mais repetição. Não existe mais imperfeito. Tudo é especial. Tudo é belo e perfeito. Isto é yoga. Isto é, como escreveu Lao-Tsé:
“Aquilo que não tem nome
Aquilo que não pode ser expresso...”
Namaskar!
Mahavir Thury
Om
Que possamos manter Sagrado o Yoga
Que possamos desenvolver nossos espíritos
Que muitos conheçam e pratiquem o Yoga
Que possamos mudar o mundo
Através de boas ações
De um grandioso coração
E da Alma Divina que habita em tudo!
Espero que o conteúdo deste espaço possa lhe inspirar.
Namaskar!
Que possamos desenvolver nossos espíritos
Que muitos conheçam e pratiquem o Yoga
Que possamos mudar o mundo
Através de boas ações
De um grandioso coração
E da Alma Divina que habita em tudo!
Espero que o conteúdo deste espaço possa lhe inspirar.
Namaskar!
Textos Publicados
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Humildade
Quarta-feira, 26 de agosto de 2009.
Humildade
Toda linha espiritual verdadeira preza princípios básicos de comportamento e valores. Amar o próximo, respeitar o próximo, não desejar o que é do outro, ser comedido, agradecido e equilibrado... Um outro princípio que é muito valorizado é o da humildade.
Quando nas salas de yoga vejo yogues em ásanas avançados emanando arrogância e vaidade, não vejo yoga ali. Do lado de um “contorcionista” podemos encontrar uma pessoa num ásana simples, e concentrado na sua prática, emanar sabedoria e yoga. Apesar de raro, é possível ter uma prática avançada e permanecer vazio, sem vaidade. Por isso, o mais importante é o estado da sua mente, sua concentração, sua presença, sua respiração. A partir daí desenvolver os ásanas sem desejo, com esforço mas sem inquietações.
Meu Guru quando identificava algum traço de vaidade e arrogância tratava de “puxar o tapete” do devoto desencaminhado trazendo-o de volta ao eixo. Daí o devoto escolhia dois caminhos: partir humilhado sem perceber a importância daquele momento ou refletir e perceber o que o Mestre estava indicando.
Tudo que nos afasta de um estado de liberdade maior é considerado de natureza inimiga. O que nos torna infelizes, o que amarra nossas mentes deve ser considerado como algo de natureza inimiga. O yoga é o caminho da libertação das amarras da mente, não é? Quando nos tornamos mais sensíveis e refinados percebemos que a vaidade e o orgulho trazem um estado de agitação na mente. A vaidade fortalece o Ahamkara, o ego, e este é o maior obstáculo do yoga.
É muito comum os mestres passarem tarefas como lavar o chão ou qualquer outro trabalho braçal como forma de manter o yogue com a mente simples e humilde. Nos mosteiros Zen a prática de meditação continua quando os monges vão para o pátio varrer o chão. Em casa podemos cultivar o hábito de manter algumas tarefas mesmo que não seja necessário. Experimente lavar sempre o seu prato após comer, faça a sua cama...
Não confunda a ausência de vaidade com desleixo. Estar bem apresentado e limpo é um ato de respeito com o próximo e consigo mesmo. A espiritualidade não nega o belo. A espiritualidade é a busca pelo belo!
Por isso sempre avalie o que está fazendo. Seu objetivo é dominar cada vez mais os ásanas sim, mas nunca trazer a vaidade para a prática. O yogue neste caminho não vai muito longe.
Por isso cultive uma prática livre.
Esteja vazio! Esteja cheio de yoga! Livre!
Namaskar!
Mahavir Thury
Humildade
Toda linha espiritual verdadeira preza princípios básicos de comportamento e valores. Amar o próximo, respeitar o próximo, não desejar o que é do outro, ser comedido, agradecido e equilibrado... Um outro princípio que é muito valorizado é o da humildade.
Quando nas salas de yoga vejo yogues em ásanas avançados emanando arrogância e vaidade, não vejo yoga ali. Do lado de um “contorcionista” podemos encontrar uma pessoa num ásana simples, e concentrado na sua prática, emanar sabedoria e yoga. Apesar de raro, é possível ter uma prática avançada e permanecer vazio, sem vaidade. Por isso, o mais importante é o estado da sua mente, sua concentração, sua presença, sua respiração. A partir daí desenvolver os ásanas sem desejo, com esforço mas sem inquietações.
Meu Guru quando identificava algum traço de vaidade e arrogância tratava de “puxar o tapete” do devoto desencaminhado trazendo-o de volta ao eixo. Daí o devoto escolhia dois caminhos: partir humilhado sem perceber a importância daquele momento ou refletir e perceber o que o Mestre estava indicando.
Tudo que nos afasta de um estado de liberdade maior é considerado de natureza inimiga. O que nos torna infelizes, o que amarra nossas mentes deve ser considerado como algo de natureza inimiga. O yoga é o caminho da libertação das amarras da mente, não é? Quando nos tornamos mais sensíveis e refinados percebemos que a vaidade e o orgulho trazem um estado de agitação na mente. A vaidade fortalece o Ahamkara, o ego, e este é o maior obstáculo do yoga.
É muito comum os mestres passarem tarefas como lavar o chão ou qualquer outro trabalho braçal como forma de manter o yogue com a mente simples e humilde. Nos mosteiros Zen a prática de meditação continua quando os monges vão para o pátio varrer o chão. Em casa podemos cultivar o hábito de manter algumas tarefas mesmo que não seja necessário. Experimente lavar sempre o seu prato após comer, faça a sua cama...
Não confunda a ausência de vaidade com desleixo. Estar bem apresentado e limpo é um ato de respeito com o próximo e consigo mesmo. A espiritualidade não nega o belo. A espiritualidade é a busca pelo belo!
Por isso sempre avalie o que está fazendo. Seu objetivo é dominar cada vez mais os ásanas sim, mas nunca trazer a vaidade para a prática. O yogue neste caminho não vai muito longe.
Por isso cultive uma prática livre.
Esteja vazio! Esteja cheio de yoga! Livre!
Namaskar!
Mahavir Thury
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Lokah Samastha Sukhino Bhavantu
O que é Yoga?
Yoga é uma prática milenar que envolve inúmeras disciplinas,
dentre elas a prática dos ásanas, as posturas de yoga. Os ásanas fazem parte do
Hatha Yoga que é a forma do yoga mais conhecida no Ocidente. Além do Hatha Yoga
encontramos outras práticas como a meditação, o kirtan (canto de mantras), o estudo da filosofia e dos textos sagrados,
as práticas de purificação, a conduta yogue...
A meditação é a alma do yoga. Tudo que existe no yoga é para
aperfeiçoar a prática meditativa. É através da meditação que os yogues realizam
o significado mais profundo do termo Yoga:
“Samyoga Yoga Itiyukto Jivatma Paramatmanah”
Yoga é o estado de união da alma unitária com a Alma
Suprema, com Deus.
dentre elas a prática dos ásanas, as posturas de yoga. Os ásanas fazem parte do
Hatha Yoga que é a forma do yoga mais conhecida no Ocidente. Além do Hatha Yoga
encontramos outras práticas como a meditação, o kirtan (canto de mantras), o estudo da filosofia e dos textos sagrados,
as práticas de purificação, a conduta yogue...
A meditação é a alma do yoga. Tudo que existe no yoga é para
aperfeiçoar a prática meditativa. É através da meditação que os yogues realizam
o significado mais profundo do termo Yoga:
“Samyoga Yoga Itiyukto Jivatma Paramatmanah”
Yoga é o estado de união da alma unitária com a Alma
Suprema, com Deus.
Yoga Samgha
Samgha significa associação. Quando yogues se reúnem para praticar juntos temos uma Samgha. Hoje, mais do que nunca precisamos de uma Samgha para praticar. A força que é gerada por esta associação faz com que nossas práticas se tornem cada vez mais fortes e profundas. Umas das orientações de grandes mestres do yoga é a importância de satsamgha, boa companhia. A boa companhia torna nosso caminho mais fácil.
Orientações para a Prática do Yoga
• Traga sempre uma pequena toalha para a prática.
• Procure praticar com roupas mais justas. O ideal é praticar com o joelho de fora e camiseta sem manga.
• Respeite o espaço físico e psíquico do yogue ao seu lado.
• Praticar de barriga vazia
• Não beber água durante a prática.
• Evite tomar banho, beber ou comer logo após praticar. Deixe um intervalo de 20 a 30 minutos.
• Atenção durante a prática, siga as orientações do professor.
• Se surgir cansaço pare. Não seja agressivo com seu corpo.
• Durante o período menstrual pratique de forma mais suave. Nestes dias não deve se praticar os ásanas de inversão (Sarvangásana, shirshásana...) .
• Evite sair mais cedo. Caso seja necessário sair anteS do início do relaxamento do grupo. Ao sair avisar o professor.
• Estar sempre vazio.Tenha sempre uma postura humilde junto ao seu professor. Nunca traga à mente a idéia que já tem plena compreensão do que está sendo ensinado. Até mesmo informações que já foram ouvidas inúmeras vezes.
• Qualquer sinal de desconforto durante a prática informe ao seu professor.
• Procure praticar com roupas mais justas. O ideal é praticar com o joelho de fora e camiseta sem manga.
• Respeite o espaço físico e psíquico do yogue ao seu lado.
• Praticar de barriga vazia
• Não beber água durante a prática.
• Evite tomar banho, beber ou comer logo após praticar. Deixe um intervalo de 20 a 30 minutos.
• Atenção durante a prática, siga as orientações do professor.
• Se surgir cansaço pare. Não seja agressivo com seu corpo.
• Durante o período menstrual pratique de forma mais suave. Nestes dias não deve se praticar os ásanas de inversão (Sarvangásana, shirshásana...) .
• Evite sair mais cedo. Caso seja necessário sair anteS do início do relaxamento do grupo. Ao sair avisar o professor.
• Estar sempre vazio.Tenha sempre uma postura humilde junto ao seu professor. Nunca traga à mente a idéia que já tem plena compreensão do que está sendo ensinado. Até mesmo informações que já foram ouvidas inúmeras vezes.
• Qualquer sinal de desconforto durante a prática informe ao seu professor.