Om
Que possamos desenvolver nossos espíritos
Que muitos conheçam e pratiquem o Yoga
Que possamos mudar o mundo
Através de boas ações
De um grandioso coração
E da Alma Divina que habita em tudo!
Espero que o conteúdo deste espaço possa lhe inspirar.
Namaskar!
Textos Publicados
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
“Yogaschitta vrtti nirodha”
“Yogaschitta vrtti nirodha”
“Yoga é o estado de suspensão das vibrações da mente.”
Está é a definição de yoga elaborada pelo mestre Patanjali, autor de um dos textos mais importantes da tradição do Yoga, o Yoga Sutra. Shrii Dharma Mitra, um yogue brasileiro muito famoso lá fora, quando esteve aqui no Brasil alguns anos atrás, disse uma vez que se você nunca leu o Bhagavad Giita, nem o Yoga Sutra, não pode se considerar um yogue!
Por que a base teórica é importante? Se você gravar na mente a definição de Patanjali e sempre mantê-la como uma diretriz, você tem grandes chances de não se desviar da essência do yoga.
Se você domina um ásana e sua mente continua agitada, existe yoga? Se você tem muito desejo de dominar um ásana, existe yoga? O desejo é agitação na mente. A prática vazia, sem desejo, só a prática por si só, é yoga.
Por isso, a base teórica é fundamental. O Yoga carrega poder e com ele deve-se ter uma base ética e teórica forte.
Desenvolva uma prática completa:
Meditação
Hatha Yoga
Estudo (svadhyaya)
Conduta (Yamas e Niyamas)
Seva (espírito de serviço)
Kirtan (o cantar dos mantras)
Esta existência é preciosa, não perca tempo!
Namaskar!
Mahavir Thury
O aluno japonês
O aluno japonês
Da Arte Cavalheiresca do Arqueiro Zen:
“O aluno japonês traz consigo três coisas: uma boa educação, um profundo amor pela arte escolhida e uma veneração incondicional pelo mestre. Desde tempos imemoriais, a relação entre mestre e discípulo pertence às relações elementares da vida e ultrapassa muito os limites da matéria que ensina. No princípio a única coisa que se lhe exige é que imite respeitosamente tudo o que o mestre faz. Pouco amigo de prolixos doutrinamentos e motivações, ele se limita a breves indicações e não espera que o aluno faça perguntas. Observa tranqüilamente suas ações, sem esperar independência ou iniciativa própria, aguardando com paciência o crescimento e a maturação. Os dois dispõe de tempo: o mestre não pressiona, o discípulo não se precipita.”
Você ainda não está ouvindo.
Você ainda não está vendo.
Você ainda não está entendendo.
Praticar.
Queimar as impurezas pelo fogo da sua disciplina.
Pela purificação
Visão cristalina.
Praticar e observar.
Aquietar a mente e observar
profundamente.
Namaskar!
Mahavir Thury
domingo, 6 de dezembro de 2009
Mandalas de Areia
Mandalas de Areia
Existe uma prática budista que consiste na construção de sofisticadas mandalas de areia colorida. O trabalho leva meses e é extremamente sofisticado e árduo. Os desenhos são super detalhados e a mandala depois de preparada fica exposta para que os moradores da região possam apreciá-la. Depois de um determinado tempo a mandala é desfeita com pequenas vassourinhas. Toda a areia é então lançada no rio. Tudo passando por um ritual sagrado.
Esta prática visa trabalhar o desapego e o princípio da impermanência.
Na minha vida
Mandalas de areia
Tudo é impermanente.
Mas existe algo
Imutável
Onde me recolho
Após as quedas.
Ao sair do centro
Voltar para o centro.
Quanto mais perto do centro
Quanto mais pra dentro
Mais perto de todas as coisas.
Namaskar!
Mahavir Thury
Satsamgha
Satsamgha
Meus alunos sabem como dou importância a Satsamgha. Estar em boa companhia com objetivo de praticar e criar uma vibração espiritual coletiva.
Nas suas diferentes formas, começando pelas salas de yoga, onde existe uma base espiritual, até a sua manifestação máxima que são os retiros de yoga.
A sensação que tenho ao voltar de um retiro, seja organizando-o ou participando dele, é que avanço anos e anos de prática. A onda coletiva nos faz alcançar dimensões e experiências muito profundas.
Por isso, nunca perca uma chance de Satsamgha!
Namaskar!
Mahavir Thury
Sutra do Coração
Sutra do Coração
Um dos versos do Sutra do Coração, um texto budista muito importante, diz assim:
“A forma é vazia
O vazio é a forma.”
No caminho, assim como desde a formação deste Universo, todas as entidades estão sobre a ação de duas forças: Vidya e Avidya.
Avidya é uma força centrífuga, para fora do núcleo. Esta força está presente desde o início da criação e existe ainda hoje a sustentando. Outro nome para Avidya é Maya.
Vidya é uma força centrípeta, na direção do núcleo do Universo. Esta força passa a dominar sobre Avidya após a formação do Universo.
Bom. Pra que isto tudo? Nossa mente o tempo todo está sobre a ação destas duas forças. O yoga tem como objetivo controlar Avidya e despertar, fortalecer, Vidya. O caminho da evolução de todos os seres é guiado por esta força centrípeta, na direção do núcleo do Universo.
Quantas vezes nos deparamos com pessoas muito atraentes, ou caminhos muito atraentes e sedutores, e depois caímos de cara no chão e percebemos que fomos fisgados como um peixe pelo anzol. O tempo todo, no caminho, seja para iniciantes ou grandes mestres, a mente está sendo colocada à prova: para dentro ou para fora? Para fora ou na direção do núcleo?
Por isso, no caminho, a mente analítica que desenvolve discernimento (viveka) é fundamental. A mente, trabalhado com viveka, fica forte e afiada como uma espada samurai! Que tipo de análise é importante? Aquela que qualifica aquilo que te leva para dentro, para a essência das coisas, e aquilo que só te distrai e que é vazio!
Por isso, uma das qualidades adquiridas ao longo do caminho é a abertura da visão da verdade. A partir daí, o que antes era belo e atraente, perde a beleza e a importância. E muitas coisas que eram consideradas como desprezíveis tornam-se profundamente belas!
Asato Ma Sad Gamaya
Que eu caminhe do Ilusório para o Real
Namaskar!
Mahavir Thury
Respirar
Respirar
Observe o poder que existe na sua respiração. Traga consciência a este ato que realizamos desde o início das nossas vidas. Procure observá-lo plenamente e nesta simples observação sinta a nova dimensão que se abre neste ato simples de inspirar e expirar.
A partir da observação, sem forçar, procure estabelecer um ritmo longo e delicado. Ao tornar a respiração delicada e sutil, a mente a acompanha e fica bem tranqüila e profunda.
Com o tempo ao perceber a importância da respiração dentro da sua prática você pode realizar que respirar é um ato Sagrado.
Traga o poder da respiração consciente para todos os momentos da sua vida. Quando a mente está confusa, quando estamos cansados ou pensamentos ruins surgem, respire profundamente, expire longamente e realize o seu yoga em qualquer momento. Yoga em todo momento!
Paz
Paz é felicidade.
A paz vem com a prática...
Namaskar!
Mahavir
Mahaprayam
Mahaprayam
Saudações e prostrações aos pés de lótus do Divino Guru!
Nesta data no ano de 1990, meu Guru, Shrii Shrii Anandamurti, partiu deste plano. O nome dado a este dia é Mahaprayam, a grande despedida. Eu fui sentir e emoção da sua partida alguns meses depois no Retiro Global de Ananda Marga em fevereiro de 1991. Lá eu vi a manifestação de profunda devoção por este grande mestre espiritual. Monges e monjas choravam ao relembrar momentos da vida Dele. Monges antigos, com barba branca e longa, choravam como crianças desamparadas.
Foi num destes momentos que fui arrebatado por tamanha vibração que caí em lágrimas por um longo período. Meu choro era um choro libertador. Até então nunca tinha tido uma experiência positiva ao derramar lágrimas. Era como estar afastado, por muito, muito tempo, sem saber, e enfim ter encontrado o caminho. Algo vibracional que não dá para explicar. É como sua alma estar tocando num campo vibracional tão sutil e doce que todo seu ser se desfaz em estado de felicidade e purificação.
Pensar nos grandes mestres, reverenciar os grandes mestres é elevar a mente a dimensões profundas rapidamente.
Mantra Mulam Guro Vakyam
Dhyana Mulam Guromurtim
Puja Mulam Guro Padam
Moksha Mulam Guro Krpa
A essência do mantra é a voz do Guru
A essência da meditação é a forma do Guru
A essência da oferenda são os pés do Guru
A essência da libertação é a Graça do Guru
Om Madhu...Doce...
Namaskar!
Mahavir Thury
sábado, 17 de outubro de 2009
Shavásana
Shavásana
Certamente um dos momentos mais importantes da nossa prática é o relaxamento, shavásana (postura do morto). Não consigo imaginar uma aula de yoga sem relaxamento. O relaxamento não é o final da prática mas o ápice dela.
Uma das formas de avaliarmos o nosso crescimento em prática é durante a meditação e durante o relaxamento. Se alcançamos um estado de relaxamento profundo, e após ele saímos revigorados e leves, podemos dizer que fizemos uma boa prática.
Nosso sistema nervoso possui duas ramificações. Uma trabalha na ação, quando estamos ativos. A outra trabalha quando estamos em repouso. Quando em repouso o corpo está se reestruturando, se organizando para trabalhar novamente. Na vida, o equilíbrio entre ação e repouso é de extrema importância. Quando não damos ao nosso corpo e mente o descanso necessário, equivalente à quantidade de trabalho, ou de estímulo de stress, ele começa a entrar num processo de desgaste acelerado. Este estado mantido por muito tempo pode trazer inúmeros transtornos físicos e mentais.
O estado de relaxamento alcançado depois de uma prática de yoga, o estado de tranqüilidade alcançado num estado de meditação profunda, nos levam a um estado de repouso de altíssima qualidade. Desta forma conseguimos manter equilibrada a balança entre trabalho (stress) e repouso (relaxamento).
O yoga, para os habitantes de grandes centros urbanos, é uma questão de sobrevivência! Yoga é qualidade de vida. Yoga é a manutenção da nossa juventude, da nossa força vital. Por isso, nossa prática deve sempre ocupar um lugar de importância na nossa rotina.
Namaskar!
Mahavir Thury
Altar
Altar
Uma vez perguntei antes do início de uma aula: “Onde está Deus numa sala com um altar?” Uma yoguine muito esperta percebendo a armadilha da pergunta respondeu: “Em todos os lugares!”
Realmente, ela está certa. O yogue deve ter constante ideação de que tudo é manifestação da Consciência Suprema, de Brahma. Tudo está dentro Dele.
Então qual é a importância do altar. O altar é a lembrança do divino, do sagrado, numa sala. É a manifestação do nosso respeito e atenção pela Força que dá luz e vida a todas as coisas. O altar representa também os preceptores, todos os mestres que foram e são veículos desta Força.
Quando oriento meus alunos na construção de uma prática diária de meditação, procuro estimular que se crie em casa algum lugar aconchegante e atraente onde praticar e ali criar um altar. Aquele lugar com o tempo vai lhe chamar para a prática. Mesmo quando você não meditar ele irá lembrar você deste momento tão importante.
O altar não precisa ser sofisticado. Pode ser bem simples. Coloque nele algum símbolo que lhe represente o Sagrado, uma almofada confortável para a sua meditação e pronto.
Procure ficar neste local alguns instantes, em silêncio, com os olhos fechados, todos os dias. Mesmo que você não medite, faça uma prostração pela manhã e uma pela noite, no final do dia. Aquele é o seu lugar sagrado. O seu templo dentro de casa. Ali você pode encontrar o seu centro e iniciar a grande jornada. Para dentro de si. Este é o paradoxo do yoga: quanto mais para dentro mais expandimos.
O caminho do yoga é o caminho da expansão!
Namaskar!
Mahavir Thury
Luta
Luta
Por que às vezes sentimos nossas vidas vazias? Por que sentimos ansiedade e medo? Por que às vezes parece que não temos ninguém por perto para nos dar apoio? E nada faz sentido...
Dharma, Honra, Coragem, Sabedoria, Verdade, Compaixão, Força, Ideologia, Meta.
Sem estes princípios nossas vidas ficam vazias. E muitas vezes nos sentimos afundar num pântano de centenas de vibrações e idéias confusas e caóticas.
Respire fundo e resgate o que torna você um verdadeiro ser humano. Lute! Não aceite nenhuma dessas idéias rebuscadas que afastam você da sua verdade! Muitos caminhos são doces e fáceis de seguir no início, mas são amargos, tristes e tortuosos depois. O caminho da falsa liberdade é muito atraente. Quem vende este caminho em programas banais de televisão, em propagandas ou qualquer outro meio, certamente não vai estar presente quando você estiver na beira do abismo.
Por isso afie a espada da sua mente através da sua prática e do seu discernimento. E corte tudo que afasta você do caminho. Aqueça o seu coração com o calor da compaixão e torne-se imbatível. Sirva. Trabalhe incansavelmente. Organize e fortaleça a samgha de pessoas que irão mudar este mundo. Seja leal a ela e realize boas ações.
Fortaleça seu espírito através da prática regular de meditação. E traga o princípio de estar presente em tudo que faz. Tudo é prática!
E se em algum momento você ainda se sentir completamente sozinho nesta luta. Sinta a Força! Sinta a Força presente em cada respiração sua. Sinta a Força em tudo! Nada será em vão. A partir daí não existe chance de derrota!
Vitória!
A Força é Brahma! Tudo é Brahma!
Shanti Shanti Shanti
Namaskar!
Mahavir Thury
Japa Kriya
Japa Kriya
Na construção de nossa prática diária de meditação é importante estar bem orientado. Não existe nada mais importante no yoga do que este momento. Todo o yoga se realiza aqui! Porém são poucos os corajosos e persistentes que conseguem trilhar este caminho. Em nossa meditação surgirão inúmeros obstáculos e o maior deles é própria agitação da mente. Se não existe um certo grau de tranqüilidade na mente a prática é impossível. Por isso é importante fazer uso de alguns recursos.
O veículo mais importante da meditação é o som. A ciência dos mantras é muito refinada e muito antiga também. Os mantras são sons sagrados com uma freqüência de onda sutil. Através da repetição, a nossa mente agitada começa a ficar cada vez mais calma e tranqüila. As freqüências da mente e do mantra vão encontrando paralelismo e assim a mente é beneficiada.
Quando a mente agitada, através da repetição do mantra, encontra um estado de tranqüilidade maior, experimenta uma sensação incomparável de paz e expansão. Esta sensação ao longo da prática fica cada vez mais intensa e é realmente muito especial, sagrada.
Uma das formas de preparar a mente para a meditação é através do Japa Kriya. Repetir o mantra inúmeras vezes. Para isso podemos usar um japamala. O japamala é um colar de 108 contas. Antes da meditação, ou em qualquer outro momento do dia, podemos entoar o mantra, a cada conta, até completar as 108 vezes. Após o japa kriya a mente estará em outro estado.
Lembre-se que não devemos criar expectativas na prática. Nossa perspectiva é de anos, décadas. O importante é praticar com regularidade, sempre com a orientação do seu professor. No meu caminho, só senti um estado de meditação mais consistente após 10 anos de prática. Este tempo pode variar de pessoa para pessoa.
Sempre penso que o que é alcançado através das práticas, do sádhana, o que é realizado em meditação profunda, é algo de grande valor. Algo que não pode lhe ser tomado. Este algo preenche nossas vidas, este algo nos acompanhará até a morte e depois.
Nityam...
Namaskar!
Mahavir Thury
Observar
Observar
Uma das grandes qualidades de um praticante de qualquer arte é a habilidade de observar. Quando nos deparamos com mestres, ou qualquer outra pessoa com maior conhecimento, devemos estar atentos a todos os detalhes. A habilidade de observar é fundamental. Na verdade até se observarmos os maus exemplos, teremos neles uma fonte de informação. Informação daquilo que não deve ser feito.
Mas quais são as condições para que a observação ocorra.
A primeira é estar com a mente tranqüila. Ninguém observa com a mente agitada. A mente silenciosa abre as possibilidades para a entrada de informação. Já estado de agitação mental pode fazer com que mesmo algo muito importante para nós esteja na nossa frente e não nos damos conta disto.
Por isso, acalme sua mente. Respire profunda e suavemente e acalme sua mente.
Uma segunda condição é a idéia de que ainda existe muita coisa a ser observada. A idéia de que não temos ainda um grau completo de observação. Ainda temos muito que aprender e ainda não realizamos totalmente a nossa arte. Este princípio se resume na idéia:
“Só sei que nada sei.”
Nas salas de yoga vejo alunos cheios e alunos vazios. Os alunos cheios estão tão cheios de informação e tão cheios de si mesmos que não cabe mais nada, não entra mais nada. Estão mais preocupados em mostrar que sabem do que realmente alcançar algo. Nada pode ser feito neste caso.
Já os alunos vazios são como um rio que flui livremente. Este estado de humildade e cristalinidade na mente, os torna receptáculos de inteligência infinita. Estão sempre crescendo. Por isso, aqui, quem está cheio está vazio, quem está vazio está cheio.
Do Sutra do Coração:
“A forma é vazia
O vazio é a forma...”
Acalme a mente, silencie a mente e observe, observe, só observe...
Namaskar!
Mahavir Thury
Mestres
Mestres
“Minhas palavras são fáceis de entender
E o caminho, fácil de seguir
Mas ninguém chega a compreendê-los
Nem trata de encetar o caminho
As palavras têm antiga origem
E vêm através do caminho
Não podendo entendê-las
Os homens não chegam a compreender-me
São poucos que seguem minhas palavras
Por isso, hoje estou além de todo louvor
Assim, o Sábio se cobre de tecido grosseiro
E oculta as virtudes para si
Porque conhece o seu valor, mas não as ostenta.”
Tao Te King de Lao Tsé
Saudações a todos os mestres! A samgha de Boddhisattvas, seres ilumidados, que traz luz às nossas vidas!
Vitória! Jay!
Namaskar!
Mahavir Thury
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Cerimônia do Chá
Cerimônia do Chá
Talvez uma das cerimônias que mais represente o espírito do Zen na cultura japonesa seja a Cerimônia do Chá. Ela consiste basicamente de se preparar e tomar o chá. Porém este ritual pode exigir anos de preparação para ser dominado. Os movimentos são suaves e elaborados. Desde a forma como é preparado até a forma como o chá é levado até a boca a cerimônia segue orientações muito precisas.
Mas qual é a essência dos rituais? Qual é o porquê da repetição? Por que sempre fazer da mesma forma? Tudo que é feito repetidas vezes, se feito com atenção e consciência, leva a um aperfeiçoamento. Cada dia é diferente do outro se a mente está atenta. Na repetição não existe repetição.
Um outro propósito do ritual é dominar a mente. Quando em qualquer arte, ou qualquer atividade rotineira, como lavar pratos, tomar chá, caminhar para o trabalho, eu me coloco inteiramente presente no que estou fazendo, posso dizer que estou caminhando para um estado de não-mente, um estado de consciência pura. O ritual leva a este estado.
No yoga de Ananda Marga, a primeira das seis lições de meditação que recebemos a longo da vida, consiste de etapas, o shuddhis, que preparam a mente para uma fase final da meditação. Sem esta preparação a meditação é muito difícil.
A mente agitada, barulhenta e inquieta não suporta a repetição. Ela quer se distrair. Como uma criança, ela quer distração. Mas ao distrair a mente e ser levado por ela não iremos preencher nossas vidas, não iremos realizar o nosso Dharma. A vida assim, mesmo numa condição perfeita, é vazia e aos poucos vai trazendo inquietações e distúrbios.
Adaptação de um diálogo do filme “Poder Além da Vida” (Peaceful Warrior):
Discípulo:
- Por que devo comer devagar? Por que tantas regras de como fazer as coisas?
Mestre:
- Esta é a diferença entre eu e você. Você pratica ginástica olímpica. Eu pratico tudo!
Por isso, o Yoga, como qualquer outra arte ocorre a partir da repetição!
Então, quando aquietamos a mente não existe mais repetição. Não existe mais imperfeito. Tudo é especial. Tudo é belo e perfeito. Isto é yoga. Isto é, como escreveu Lao-Tsé:
“Aquilo que não tem nome
Aquilo que não pode ser expresso...”
Namaskar!
Mahavir Thury
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Humildade
Humildade
Toda linha espiritual verdadeira preza princípios básicos de comportamento e valores. Amar o próximo, respeitar o próximo, não desejar o que é do outro, ser comedido, agradecido e equilibrado... Um outro princípio que é muito valorizado é o da humildade.
Quando nas salas de yoga vejo yogues em ásanas avançados emanando arrogância e vaidade, não vejo yoga ali. Do lado de um “contorcionista” podemos encontrar uma pessoa num ásana simples, e concentrado na sua prática, emanar sabedoria e yoga. Apesar de raro, é possível ter uma prática avançada e permanecer vazio, sem vaidade. Por isso, o mais importante é o estado da sua mente, sua concentração, sua presença, sua respiração. A partir daí desenvolver os ásanas sem desejo, com esforço mas sem inquietações.
Meu Guru quando identificava algum traço de vaidade e arrogância tratava de “puxar o tapete” do devoto desencaminhado trazendo-o de volta ao eixo. Daí o devoto escolhia dois caminhos: partir humilhado sem perceber a importância daquele momento ou refletir e perceber o que o Mestre estava indicando.
Tudo que nos afasta de um estado de liberdade maior é considerado de natureza inimiga. O que nos torna infelizes, o que amarra nossas mentes deve ser considerado como algo de natureza inimiga. O yoga é o caminho da libertação das amarras da mente, não é? Quando nos tornamos mais sensíveis e refinados percebemos que a vaidade e o orgulho trazem um estado de agitação na mente. A vaidade fortalece o Ahamkara, o ego, e este é o maior obstáculo do yoga.
É muito comum os mestres passarem tarefas como lavar o chão ou qualquer outro trabalho braçal como forma de manter o yogue com a mente simples e humilde. Nos mosteiros Zen a prática de meditação continua quando os monges vão para o pátio varrer o chão. Em casa podemos cultivar o hábito de manter algumas tarefas mesmo que não seja necessário. Experimente lavar sempre o seu prato após comer, faça a sua cama...
Não confunda a ausência de vaidade com desleixo. Estar bem apresentado e limpo é um ato de respeito com o próximo e consigo mesmo. A espiritualidade não nega o belo. A espiritualidade é a busca pelo belo!
Por isso sempre avalie o que está fazendo. Seu objetivo é dominar cada vez mais os ásanas sim, mas nunca trazer a vaidade para a prática. O yogue neste caminho não vai muito longe.
Por isso cultive uma prática livre.
Esteja vazio! Esteja cheio de yoga! Livre!
Namaskar!
Mahavir Thury
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Etiqueta II
Etiqueta II
Conto nos dedos os alunos que seguem as orientações de etiqueta em sala. Na verdade são pouquíssimos que se interessam por isso Mas aqueles que aprendem e a colocam em prática realizam a sua importância.
• Entrar e sair da sala de forma silenciosa. Sinta o local. Esteja presente e calmo.
• Ao entrar em sala saudar o professor, mesmo que ele não possa retribuir sua saudação. A saudação deve ser a saudação yogue: namaskar ou namaste. A mesma saudação deve ser feita entre os companheiros de yoga, de samgha. Quando não se pode fazer barulho basta unir as mãos sem emitir nenhum som.
• Após abrir o tapete de yoga suavemente fazer uma prostração (pranam) na direção do altar. Após a prática também.
• Ao término da prática saudar o professor.
• Quando aluno regular se ausenta por um período é muito bom avisar o professor pessoalmente ou via e-mail sobre o afastamento.
• Em sala é sempre bom estar atento de como poder ajudar. Exemplo: os alunos mais antigos quando ficam na frente ajudam na dinâmica da aula.
• Quando o professor fala o aluno deve olhar para ele com atenção. Quando um professor pára para falar com os alunos sobre algum aspecto do yoga é um momento muito especial.
• Interromper a fala de qualquer pessoa é muito indelicado em qualquer situação.
A saudação expressa carinho e respeito. A etiqueta sincera trás muita harmonia ao ambiente e nas relações pessoais.
Nenhuma etiqueta tem valor sem ser feita com alma e coração. Por isso procure não fazer nada de forma mecânica e por obrigação.
Tenho muito respeito e consideração com os meus alunos. Os alunos são o tesouro de um professor. Um bom professor deve ter um coração de um pai, de uma mãe. E qual é a melhor forma de honrar este coração? Praticar, conhecer, se aprofundar no yoga. Ter a mesma dedicação do seu professor. A outra forma? Demonstrar respeito e consideração.
Agradeço muitíssimo aos meus mestres que me ensinaram a importância disto tudo.
Namaskar!
Mahavir Thury
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Etiqueta
Uma vez ao falar sobre a importância da etiqueta, um aluno me disse que esta palavra tinha como origem a idéia de “pequena ética”. A ética em pequenas coisas demonstra a ética em grandes coisas. Princípios básicos de etiqueta vão sendo deixados de lado e assim geramos cada vez mais desarmonia. Um dos quatro princípios fundamentais das artes centradas no Zen é o do respeito. É dito: “respeito é harmonia nas relações”. Ao entrar num templo Zen saudamos calmamente e respeitosamente a sala, o altar e o local onde sentaremos para meditar. Ao saudar estabelecemos uma relação de respeito, agradecimento e harmonia com o que ou quem saudamos.
Qual a importância disto tudo? O yoga é o caminho da expansão da nossa percepção, da nossa consciência, da dissolução das nossas dualidades. Quando tomamos cuidado com o próximo, ou com os objetos, estamos transferindo nossa atenção e consciência para o próximo. Quando percebo o outro num gesto de delicadeza e atenção eu troco o meu egoísmo, que só percebe as “minhas” necessidades, e passa a perceber as necessidades do outro.
Tenho visto “yogues” com postura individualista ao extremo. Pessoas que praticam mas não sabem conviver com os outros, respeitar o espaço do outro. Sua Santidade o Dalai Lama sempre fala: “amar é querer que seu próximo seja feliz”. No desfazer das dualidades amamos cada vez mais. Não existe yoga sem este espírito!
“Loka Samastha Sukhino Bhavantu”
Que todos os seres em todos os lugares sejam felizes
Namaskar!
Mahavir Thury
terça-feira, 11 de agosto de 2009
Comando Supremo
Meu Guru deixou um Comando Supremo. Nele colocou o que temos de mais importante no Yoga. Uma das nossas práticas diárias é repetir o Comando Supremo para não esquecermos das orientações principais.
O Comando começa com a prática de meditação duas vezes por dia invariavelmente. O yogue não deve faltar com sua prática de meditação. Ela é a razão principal do yoga, Dhyana.
Depois Ele enfatiza a conduta yogue, os yamas e niyamas. Sem a conduta yogue, o Yoga é impossível. Yamas e Niyamas formam a base do yoga.
No final Ele coloca como dever “inelutável” ajudar o próximo no caminho, ou seja, propagar o Dharma, seguir sua prática e ajudar os outros no caminho. Na minha opinião, propagar o Dharma é uma das formas mais importantes de crescimento.
Por isso, após estabelecer sua prática de yoga regular estabeleça sua prática regular de meditação. Procure receber orientações das técnicas de meditação e comece o quanto antes. Yoga é meditação!
Jay!
Namaskar
Mahavir Thury
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Dharma
Dharma
Uma das palavras mais importantes do Yoga, poderia dizer que do budismo também, é Dharma. Dharma é um termo amplo. Alguns interpretam Dharma como dever. O Dharma do guerreiro Arjuna era lutar contra seus primos que colocavam em risco a ordem das coisas. Arjuna preferia morrer a ter que matar seus próprios primos, porém seu Guru, o Senhor Krshna, dizia que ele devia ir em frente e realizar sua tarefa, seu Dharma.
Outra forma de se definir Dharma é como a essência das coisas. A essência do fogo é queimar, o tigre caça, o yogue medita, o guerreiro luta. Nesse sentido, o nosso Dharma diz que nossa natureza é espiritual. O nosso Dharma é realizar esta natureza espiritual.
Nosso ser possui uma esfera física, uma esfera mental e uma espiritual. Podemos passar por inúmeras existências e viver somente numa dimensão física, quase como um animal. Podemos também ocupar o plano mental e nos distrair nessa outra dimensão mais profunda do nosso ser. Também não somos completos aí. Não nos realizaremos nesta dimensão. O nosso Dharma é desenvolver a nossa dimensão espiritual. Meu Guru dizia que em nossa existência devemos transmutar energia física em energia psíquica e energia psíquica em energia espiritual.
“Bradeshanapranidhanam ca dharmah”
Desejar e ir na direção da Consciência Suprema é Dharma
Ananda Sutram de Shrii Shrii Anandamurti – capítulo II
Nós somos seres espirituais num corpo físico. Somos seres de luz na Luz de Brahma! E a Luz de Brahma está em todas as coisas! Como realizar isto? Praticar, praticar, estudar, servir, amar, amar todas as coisas, meditar, amar, meditar, meditar...
Namaskar!
Mahavir Thury
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Karma
Karma – parte I
“Toda ação gera uma reação”.
Parece a terceira lei de Newton, mas esta é a Lei de Karma. Toda a nossa vida, todas as situações com que nos deparamos, companhia, trabalho, filhos, pais são reflexos de nossas ações passadas.
Quando falamos em ações pensamos logo nas ações em si, porém nossos karmas são compostos principalmente dos nossos pensamentos e desejos. Quando crio um desejo crio um karma e a reação deste karma é a realização deste desejo. Quando desejo algo crio uma amarra na mente que é desfeita quando realizo meu desejo. Então os pensamentos e desejos são também karmas.
No campo das ações, quando faço uma ação que causa mal estar a alguém, ela gera uma impressão na minha placa menta (citta). Esta impressão que torna a placa mental mais densa, “pesada”, só é desfeita quando a reação se manifesta, ou seja, quando eu vivencio o mal estar que no passado gerei para outra pessoa. Quando isto ocorre me liberto daquela impressão, daquela amarra na minha mente. A placa mental volta então ao seu estado original.
Daí a importância de entendermos a natureza das nossas ações, incluindo aí pensamentos e anseios, para então construirmos uma vida próspera e feliz. Se pararmos para pensar que toda ação vem precedida de um pensamento, podemos concluir como nossos pensamentos são importantes. Nossas escolhas em vida são feitas a partir dos nossos pensamentos.
No Yoga o estudo e entendimento das nossas ações e pensamentos são abordados nos Yamas e Niyamas (veja nos shastras anteriores).
Quando o yogue se liberta de todas as reações ele alcança a liberação: moksha!
“Moksha Mulam Guro Krpa”
A essência de libertação é a Graça do Guru
Namaskar!
Mahavir Thury
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Retiro
Retiro
Lembro-me dos meus primeiros anos de yoga. Os momentos especiais e inesquecíveis da minha iniciação. Era como se eu tivesse terminado de atravessar um enorme deserto e finalmente encontrado um oásis. Meu espírito, na busca, encontrava a presença de um grande Guru. Na presença dos meus mestres pude sentir a presença e a força das práticas do yoga deixados por Ele.
Um dos momentos marcantes da minha iniciação foi num retiro. Os retiros passaram a ser um momento muito importante e especial da minha prática. Viajava 25 horas de ônibus para passar 5 dias praticando, meditando e estudando o yoga. Os retiros, bem diferentes dos que fazemos em Vrajabhumi, eram, e ainda são, num local muito simples. Dormimos em dormitórios sobre colchonetes no chão. Tudo é muito rústico e em alguns momentos bem desconfortável. A rotina bem mais severa constava de pelo menos 5 sessões de meditação por dia, sendo a primeira às 5 da manhã. Mas nada disso é obstáculo, pois o que é alcançado ultrapassa qualquer desconforto. Amargo no início, doce no final...
Eu procuro sempre incentivar os yogues a participar de retiros. Muitos se acomodam nas salas de yoga e não abrem espaço para um aprofundamento. Eu sei que cada um tem o seu momento, mas temos que estar sempre atentos para abraçar as oportunidades.
Nesta semana estamos partindo para mais um Retiro de Yoga. Nosso grupo está quase lotado, mas meu coração de professor sempre pensa como queria que todos estivessem presentes.
Sádhana significa esforço. Não existe yoga sem sádhana.
Namaskar!
Mahavir Thury
domingo, 5 de julho de 2009
Shreya e Preya
Da mesma forma que nossas mentes se movem em duas direções opostas, para dentro de si ou para fora, ela pode experimentar duas formas de prazer: shreya ou preya.
Quando saboreamos nossa sobremesa predileta sentimos prazer. Esta forma de prazer está ligada com a sobremesa e a sensação de prazer que ela promove. Este tipo de prazer é de natureza finita e de curta duração. Dentro de algumas horas nossa mente estará à procura de uma nova forma de satisfação. Os budistas dizem que a busca por este tipo de satisfação é como saciar a sede com água salgada, a mente nunca estará satisfeita. A busca por este tipo de felicidade somente nos leva a um estado de mente superficial e vazia. A mente inquieta estará sempre numa movimentação frenética por uma nova fonte de prazer. Este é o caminho da escuridão.
Preya é um tipo de prazer que é realizado em nossas práticas. Quando entramos em meditação, ou terminamos nossa prática de yoga, podemos sentir um estado de felicidade em nossas mentes. Quando a mente ou o corpo sai de um estado de contração e tensão para um estado de expansão e relaxamento a mente experimenta um tipo de felicidade que é chamada de shreya. Este tipo de felicidade é consistente e permanente, pois o yogue ao senti-la realiza que está alcançando níveis mais e mais profundos de yoga.
O caminho de preya é doce no princípio e muito amargo no final. Shreya é amargo no início e doce no final. . Preya está ligado a um tipo de prazer que cria altos e baixos na vida. Shreya é estável. Não devemos negar preya, reprimir nossos desejos violentamente, porém devemos controlá-los e entender sua natureza e neste discernimento buscar cada vez mais shreya.
Praticar, purificar, sublimar e realizar.
Namaskar!
Mahavir
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Santosha
Minha profunda homenagem aos alunos dedicados que têm sede de yoga!
Semana passada uma aluna dedicada me perguntou em qual Yama e Niyama entraria o princípio da paciência. Minha resposta foi: Santosha. Santosha é o segundo Niyama e se refere ao estado de mente equilibrada, equânime. Santosha é um princípio de não se buscar os extremos. Existem coisas que nos deixam eufóricos, “alegres”, mas depois nos deixam num estado miserável. O sábio ao longo de sua existência procura não colocar como objetivo a busca por este tipo de felicidade.
O estado de santosha é também caracterizado pelo estado de presença. Estar presente no que faz. Aceitar e abraçar o momento presente, o eu observador, num estado de consciência, de não-mente. Este estado transcende as condições externas.
Paciência é um estado de aceitação da condição atual. Quando queremos que as coisas aconteçam mais rápido do que acontecem estamos resistindo a uma determinada situação, estamos no futuro, esperando algo. Este estado gera uma condição de agitação na mente que é um obstáculo no caminho. Meditar só é possível quando estamos presentes e até aceitamos, com paciência, o próprio estado inquieto da mente.
Gosto muito da idéia de que já temos tudo que precisamos. Basta aquietar e silenciar nossas mentes tagarelas e barulhentas. Levar a mente para dentro de si e realizar que está tudo em você. Você é Ele! Ele é a Bem-aventurança! Você é a Bem-aventurança! Ananda!
Respire fundo e medite...Respire fundo e silencie sua mente...
Medite, medite, medite...
Namaskar!
Mahavir
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Yama e Niyama Sádhana
Yama e Niyama Sádhana
Uma das práticas do yoga é o aperfeiçoar da conduta. Os princípios de conduta yogue estão nos Yamas e Niyamas. Sádhana é prática, esforço. Yama e Niyama Sádhana é a prática de aperfeiçoar a conduta.
Yamas
• Ahimsa – não violência em pensamento palavra e ação.
• Satya- ser verdadeiro e falar a verdade.
• Asteya – não roubar nem desejar o que é do próximo.
• Brahmacarya – memória de Deus em todos os momentos.
• Aparigraha – não acumular bens desnecessários
Niyamas
• Shauca- limpeza no corpo, mente e ambiente
• Santosha – estado de contentamento e equilíbrio
• Tapas – ser disciplinado e esforçado nas práticas. Serviço desinteressado.
• Svadhyaya- estudo e entendimento da filosofia do yoga
• Iishvara Pranidhana –movimentar-se na direção da Entidade Suprema
Eu considero os Yamas e Nyamas duas pérolas do yoga. Meu Guru dizia que sem Yama e Niyama yoga é impossível! À medida que meditamos nos princípios percebemos como eles podem ser refinados e aprimorados. Seguir estes princípios torna nossas mentes sutis e elevadas, preparadas para a grande jornada do yoga.
Pratique e realize!
Namaskar!
Mahavir
terça-feira, 16 de junho de 2009
Modéstia e Prosperidade
Quarta, 10 de junho de 2009.
Lao Tsé
Namaskar!
quarta-feira, 10 de junho de 2009
Meditação
Segunda, 1 de junho de 2009.
Meditação
Todo o yoga é consumado na prática meditativa. Todas as disciplinas do yoga existem para aprofundar nossa meditação. Com certeza os princípios da meditação devem estar presentes na prática dos ásanas, nos pranayamas e em qualquer momento da vida. Porém a meditação em si ocorre quando estamos imóveis e confortáveis nas posturas meditativas. Através do controle dos órgãos motores e sensoriais (pratyahara) e de um estado de concentração sem esforço (dharana) é possível mergulhar em níveis de meditação mais e mais profundos.
A tarefa de meditar pode ser muito difícil no início, mas não desista. Estabeleça uma prática regular com tempo de duração curto no início. Com o tempo, gradualmente, aumente o período de duração. Os melhores momentos para meditar são no nascer e no pôr do sol. Mas o melhor mesmo é meditar todos os dias no horário que for possível. Acordar, tomar um banho e meditar enquanto a mente ainda está fresca é muito bom. Ao chegar do trabalho, depois do banho também, é ótimo para liberar as tensões do dia: “lavar a mente, a placa mental!”
Procure receber orientações sobre meditação. Até lá medite na sua respiração simplesmente. Tornando-a suave e profunda sem esforço.
No início a prática lhe parecerá algo mental, com o tempo, quando experimentamos sensações mais intensas, percebemos que esta prática é espiritual. Meditar torna-se um alimento para o espírito. Acredito que boa parte das aflições psíquicas que a humanidade passa por hoje em dia vem de uma desconexão com nosso Ser Espiritual, a nossa consciência, a alma que dá luz e vida a todas as coisas.
Medite e abra a visão para uma nova dimensão!
“Ananda Brahma Itiahuh”
Brahma, Deus, é a Felicidade Infinita.
Ananda Sutram de Sua Divina Graça Shrii Shrii Anandamurti
Namaskar!
Mahavir
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Sofrer ao Resistir
24/5/2009.
Sofrer ao resistir
Shavásana, a postura do morto. Todo final de prática entramos em relaxamento. Aí está um dos momentos mais importantes da prática. Em shavásana absorvemos todos os benefícios dos ásanas. O relaxamento é quase uma arte por si só. A arte de relaxar.
Em shavásana pratica-se o não agir, a não-resistência o estado de não-mente. Enquanto nos ásanas, parte do corpo está ativa, em shavásana, todo o corpo e a mente estão em estado de repouso. Observar o corpo e a própria mente é fundamental. Identificar a resistência. “Meu ombro está se afastando do chão. Meu pensamento vai para fora da prática e meu ombro tenciona. Respiro e desfaço a tensão. Permaneço tranqüilo e presente”.
O exercício de não resistência em shavásana pode ser aplicado em todas as situações onde as coisas não estão ocorrendo como gostaríamos. O autor do livro “O Poder do Agora”, Eckhart Tolle, está certo quando diz que aumentamos nosso sofrimento por resistir. Ele diz que acreditamos que ao resistir a algo iremos mudar a nossa situação. E o que ocorre é o contrário. Ao resistir entramos num estado de inquietação que nos torna consideravelmente menos aptos a realizar qualquer mudança.
Relaxar, não-resistir, não-mente, não é fácil. Mas a cada prática estamos cada vez mais próximos deste estado. E a cada prática conseguimos levar cada vez mais o yoga para o nosso dia-a-dia.
Namaskar!
domingo, 24 de maio de 2009
Mérito
Por que alguns yogues florescem em suas práticas e outros não?
Em primeiro plano é preciso de um “espírito guerreiro” para ser yogue. No caminho surgirão obstáculos e nossa vontade será testada. Cair e levantar. Não fique muito tempo no chão. Aprendi isto nas artes marciais. Quem cai e continua no chão, ou continua a levar na cabeça, ou perde tempo de luta e a luta toda em si. Por isso, se caiu, levanta e bola pra frente! Praticar, praticar, praticar!
Outro ponto é a questão do mérito. Este termo é muito usado no budismo. Nossas escolhas na vida determinam nosso futuro. E digo, que nossas vidas são feitas mais de pequenas escolhas do que de grandes escolhas. Aquele momento no final do dia em que você escolhe entre ligar a TV ou ler um bom livro (svadhyaya – estudo e leitura de textos sagrados ou de cunho espiritual). Aqui ocorre o efeito bola de neve. Uma coisa boa chama outra coisa boa. Uma coisa ruim chama outra ruim. A boa leitura de um dia pode fazer com que você se inspire e no dia seguinte escolha fazer uma meditação mais longa. A meditação deste dia ajudará você a encontrar o seu foco naquele dia no trabalho. O foco no trabalho naquele dia, num momento importante foi fundamental na sua carreira profissional. E assim vai! As boas escolhas constroem um futuro próspero. Isso é muito importante! Construir uma vida em bases espirituais é construir liberdade e felicidade. Por isso, encha sua vida de méritos espirituais: boa leitura, boa companhia (satsamgha), boa prática, boas palavras, bons pensamentos, meditação, boas ações...
Coisas mágicas vão acontecer e novas portas irão se abrir! Infinitas possibilidades!
Namaskar!
Mahavir
segunda-feira, 18 de maio de 2009
O que é essencial no caminho de um yogue?
Tapas (esforço). Uma vez encontrado o caminho a arte se desenvolve na repetição. Praticar, praticar, praticar. Não existe atalho.
Vidya (conhecimento). É necessário que haja conhecimento e um caminho correto. Caminhar na direção errada pode ser perigoso. Por isso, é bom encontrar uma boa orientação. O conhecimento é adquirido nos estudos, na companhia de pessoas sábias e na auto-observação, auto-análise.
Quais são as principais práticas diárias?
Meditação
Hatha Yoga (ásanas)
Leitura espiritual
Namaskar!
Mahavirquinta-feira, 14 de maio de 2009
Lokah Samastha Sukhino Bhavantu
O que é Yoga?
dentre elas a prática dos ásanas, as posturas de yoga. Os ásanas fazem parte do
Hatha Yoga que é a forma do yoga mais conhecida no Ocidente. Além do Hatha Yoga
encontramos outras práticas como a meditação, o kirtan (canto de mantras), o estudo da filosofia e dos textos sagrados,
as práticas de purificação, a conduta yogue...
A meditação é a alma do yoga. Tudo que existe no yoga é para
aperfeiçoar a prática meditativa. É através da meditação que os yogues realizam
o significado mais profundo do termo Yoga:
“Samyoga Yoga Itiyukto Jivatma Paramatmanah”
Yoga é o estado de união da alma unitária com a Alma
Suprema, com Deus.
Yoga Samgha
Orientações para a Prática do Yoga
• Procure praticar com roupas mais justas. O ideal é praticar com o joelho de fora e camiseta sem manga.
• Respeite o espaço físico e psíquico do yogue ao seu lado.
• Praticar de barriga vazia
• Não beber água durante a prática.
• Evite tomar banho, beber ou comer logo após praticar. Deixe um intervalo de 20 a 30 minutos.
• Atenção durante a prática, siga as orientações do professor.
• Se surgir cansaço pare. Não seja agressivo com seu corpo.
• Durante o período menstrual pratique de forma mais suave. Nestes dias não deve se praticar os ásanas de inversão (Sarvangásana, shirshásana...) .
• Evite sair mais cedo. Caso seja necessário sair anteS do início do relaxamento do grupo. Ao sair avisar o professor.
• Estar sempre vazio.Tenha sempre uma postura humilde junto ao seu professor. Nunca traga à mente a idéia que já tem plena compreensão do que está sendo ensinado. Até mesmo informações que já foram ouvidas inúmeras vezes.
• Qualquer sinal de desconforto durante a prática informe ao seu professor.